Por conta da ESCRITA
reproduzo aqui um enxerto da minha dissertação de mestrado, a respeito da escrita.
Segundo Landim (op. cit.:1), uma das primeiras tecnologias que permitiu a difusão do ensino a distância foi a escrita que corresponde à primeira geração definida por Rumble (op. cit.). Neste período são consideradas as Cartas apostólicas que, difundindo o cristianismo por todo o oriente próximo, dinamizou o processo de ensino (a distância), caracterizando o uso da escrita como tecnologia. Sem a escrita permanecer-se-ia no que Lèvy (1993:127) chama de "pólo da oralidade primária", ou seja, na comunicabilidade e na permanência do sujeito na ação comunicativa. A Escrita possibilitou o surgimento do "pólo da escrita", i.e.,
"a distância entre os hipertextos do autor e do leitor pode ser muito grande. Disto resulta uma pressão em direção à universalidade e à objetividade por parte do emissor, assim como a necessidade de uma atividade interpretativa explícita por parte do receptor" (Lèvy, op. cit.)
Enquanto na "oralidade primária" as formas de saber residem na Narrativa e no Rito; na "escrita" estas se deslocam para a Teoria (explicação, fundamentação e exposição sistemática) e na Interpretação. Apesar de ambas refletirem momentos unívocos do ato de ensinar e aprender, a escrita potencializou a dinâmica do processo. Em outras palavras, a escrita possibilitou o registro e a transmissão de informações independentes de tempo e espaço.
Contudo, apesar da inovação da escrita, o texto somente irá adquirir maior importância a partir da sua impressão tipográfica, o que somente acontece a partir da "descoberta" de Guttemberg e com o incremento da postagem mais eficiente a partir da melhoria dos serviços postais, mais rápidos e confiáveis. Assim, o material impresso torna-se o material por excelência para o ensino a distância, ou, por correspondência.
(...)
Desta forma, aproxima-se à definição dada por Lèvy (1999:171), num sentido restrito, para o papel do professor a partir das inovações tecnológicas do mundo moderno, a saber:
"... a principal função do professor não pode mais ser uma difusão dos conhecimentos, que agora é feita de forma mais eficaz por outros meios. Sua competência deve deslocar-se no sentido de incentivar a aprendizagem e o pensamento. O professor torna-se um animador da inteligência coletiva dos grupos que estão a seu encargo. Sua atividade será centrada no acompanhamento e na gestão das aprendizagens: o incitamento à troca dos saberes, a mediação relacional e simbólica, a pilotagem personalizada dos percursos de aprendizagem etc.”
Com a utilização das novas tecnologias de comunicação e a mudança, ou a re-significação dos papéis dos sujeitos envolvidos no processo de ensino/aprendizagem, ascendemos ao que Lèvy define como o pólo "Informático Mediático", no qual a pragmática da comunicação reside na noção de que "conectadas à rede informático-mediática, os atores da comunicação dividem cada vez mais um mesmo hipertexto. A pressão em direção à objetividade e à universalidade diminui, as mensagens são cada vez menos produzidas de forma a durarem" (Lèvy, 1993:127).
Por outro lado, as formas canônicas do saber passam da narrativa e do rito, na oralidade primária e da teoria e interpretação, no pólo da escrita, para a modelização operacional ou de previsão e simulação no pólo informático mediático. Ou, em outras palavras, através das Novas Tecnologias de Comunicação e Informação (NTCI's), os atores que estavam antes separados, em função do surgimento da escrita, podem agora, de uma forma bastante inusitada, re-aproximarem-se ao pólo da oralidade primária, pois que compartilham um mesmo ambiente, mesmo que virtual, da construção do conhecimento (Lèvy, op. cit.).
É esta sutil forma de re-aproximação que possibilita um maior interesse pelas tecnologias de ensino via Web, já que as novas teorias pedagógicas apostam no processo de aprendizagem colaborativa.
reproduzo aqui um enxerto da minha dissertação de mestrado, a respeito da escrita.
Segundo Landim (op. cit.:1), uma das primeiras tecnologias que permitiu a difusão do ensino a distância foi a escrita que corresponde à primeira geração definida por Rumble (op. cit.). Neste período são consideradas as Cartas apostólicas que, difundindo o cristianismo por todo o oriente próximo, dinamizou o processo de ensino (a distância), caracterizando o uso da escrita como tecnologia. Sem a escrita permanecer-se-ia no que Lèvy (1993:127) chama de "pólo da oralidade primária", ou seja, na comunicabilidade e na permanência do sujeito na ação comunicativa. A Escrita possibilitou o surgimento do "pólo da escrita", i.e.,
"a distância entre os hipertextos do autor e do leitor pode ser muito grande. Disto resulta uma pressão em direção à universalidade e à objetividade por parte do emissor, assim como a necessidade de uma atividade interpretativa explícita por parte do receptor" (Lèvy, op. cit.)
Enquanto na "oralidade primária" as formas de saber residem na Narrativa e no Rito; na "escrita" estas se deslocam para a Teoria (explicação, fundamentação e exposição sistemática) e na Interpretação. Apesar de ambas refletirem momentos unívocos do ato de ensinar e aprender, a escrita potencializou a dinâmica do processo. Em outras palavras, a escrita possibilitou o registro e a transmissão de informações independentes de tempo e espaço.
Contudo, apesar da inovação da escrita, o texto somente irá adquirir maior importância a partir da sua impressão tipográfica, o que somente acontece a partir da "descoberta" de Guttemberg e com o incremento da postagem mais eficiente a partir da melhoria dos serviços postais, mais rápidos e confiáveis. Assim, o material impresso torna-se o material por excelência para o ensino a distância, ou, por correspondência.
(...)
Desta forma, aproxima-se à definição dada por Lèvy (1999:171), num sentido restrito, para o papel do professor a partir das inovações tecnológicas do mundo moderno, a saber:
"... a principal função do professor não pode mais ser uma difusão dos conhecimentos, que agora é feita de forma mais eficaz por outros meios. Sua competência deve deslocar-se no sentido de incentivar a aprendizagem e o pensamento. O professor torna-se um animador da inteligência coletiva dos grupos que estão a seu encargo. Sua atividade será centrada no acompanhamento e na gestão das aprendizagens: o incitamento à troca dos saberes, a mediação relacional e simbólica, a pilotagem personalizada dos percursos de aprendizagem etc.”
Com a utilização das novas tecnologias de comunicação e a mudança, ou a re-significação dos papéis dos sujeitos envolvidos no processo de ensino/aprendizagem, ascendemos ao que Lèvy define como o pólo "Informático Mediático", no qual a pragmática da comunicação reside na noção de que "conectadas à rede informático-mediática, os atores da comunicação dividem cada vez mais um mesmo hipertexto. A pressão em direção à objetividade e à universalidade diminui, as mensagens são cada vez menos produzidas de forma a durarem" (Lèvy, 1993:127).
Por outro lado, as formas canônicas do saber passam da narrativa e do rito, na oralidade primária e da teoria e interpretação, no pólo da escrita, para a modelização operacional ou de previsão e simulação no pólo informático mediático. Ou, em outras palavras, através das Novas Tecnologias de Comunicação e Informação (NTCI's), os atores que estavam antes separados, em função do surgimento da escrita, podem agora, de uma forma bastante inusitada, re-aproximarem-se ao pólo da oralidade primária, pois que compartilham um mesmo ambiente, mesmo que virtual, da construção do conhecimento (Lèvy, op. cit.).
É esta sutil forma de re-aproximação que possibilita um maior interesse pelas tecnologias de ensino via Web, já que as novas teorias pedagógicas apostam no processo de aprendizagem colaborativa.
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