Xador II
"Tudo isso é para dizer, neste momento em que tanto se comparam as culturas muçulmana e cristã, que em si, no que se refere à crucial questão da mulher, as duas religiões não diferem tanto." Essa é a conclusão a que chega Roberto Pompeu de Toledo no artigo "Em torno do xador II", publicado na p. 174 de Veja, 24/10/01. No artigo anterior (Veja 17/10/01, p. 174, ele havia dito que "(...) no modo de encará-las e conceber o papel que lhes cabe, um dos pontos centrais - não, o ponto central - da divergência entre as duas concepções de mundo que se chocaram, primeiro nos céus de Nova York e, agora, nos do Afeganistão." A pequena correção veio a tempo pois revendo "A doutrina de Buda" verifiquei que também no budismo a mulher é tratada como um ser no mínimo diferente.
No capítulo sobre o Guia prático do verdadeiro viver, da Doutrina de Buda, livro A fraternidade, segundo capítulo, há um item dedicado à vida das mulheres (p. 441), onde se toma conhecimento da existência de quatro tipos de mulheres e sete tipos de esposas.

Tanto as mulheres em geral como as esposas são classificadas em ordem decrescente, segundo a presença dos seguintes defeitos: irritar-se por ninharias; ser volúvel, traidora ou infiel; gananciosa e invejosa; ciumenta; injuriadora ou xingadora; malbaratadora dos bens do marido.

Considerando essas variáveis, os tipo de esposas são: 1. Esposa assassino; 2. Só pensa na luxúria e malbarata a renda do marido; 3. esposa asno; 4.esposa mãe; 5. esposa irmã; 6. Esposa amigo; 7. Esposa ideal.

A mulher ideal nessa escala (n.4): é tolerante, sabe refrear sentimentos de cobiça, mantém a mente calma, não inveja, é simpática e solícita.

A melhor esposa é aquela que serve como uma criada, é fiel, respeita e acata ordens, nada deseja, não se magoa e procura fazer o marido feliz.

Segundo esses ensinamentos, "(...) a mente de uma mulher se perturba e se corrompe facilmente. Ela se entrega aos seus desejos e se rende ao ciúme mais facilmente que o homem." Embora na busca do "(...) caminho da iluminação, não há distinções de sexo." para "(...) uma mulher é muito mais difícil seguir o nobre caminho. Isso é especialmente verdadeiro a uma jovem e bela mulher. " Mas, "Se uma mulher tiver a mente para buscar a iluminação, ela se tornará a heroina do Verdadeiro Caminho."

Amrapali, por exemplo, rica proprietária de um bordel, deu atenção aos ensinamentos, procurou um guia, tornou-se discípula e foi buscar o caminho da iluminação, doando à Fraternidade sua bela mansão. (idem p. 451)

Fonte: A doutrina de Buda, compêndio contendo os livros Budda, Dharma, O caminho da purificação, A fraternidade e dois apêndices, um com as fontes de referência e outro com a história do budismo. A edição e distribuíção é da Bukkyo Dendo Kyokai , uma fundação que atua na propagação do budismo, tal qual os Gideons fazem com a bíblia. Consultei a 3ª A edição, 3ª publicada em Tóquio, Japão, 1982. (fone (03) 455-5851.

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