"Eu sou a chuva que lança a areia do Saara sobre os automóveis de Roma"
Caetano Veloso, "Reconvexo".

E não só sobre os automóveis de Roma mas sobre boa parte da Itália, inclusive Pescia (que se pronúncia Pêcha). Se pelo baiano isso pode aparecer exótico, para nós automobilistas italianos é uma maldição infinita contra o "Scirocco" (vento que vem do Sul e que leva as nuvens da África fazendo os céus italianos tornar-se amarelados) por causa da areia nos carros que ficam incrivelmente sujos. É o que está acontecendo agora por aí!

Mais dois CD na minha coleção. São duas "caras novas" no sentido que é primeira vez que tenho discos deles, mesmo se já conhecia algumas suas canções. Trata-se do César Camargo Mariano ("Natural", 1993) e Lulu Santos ("Anti ciclone tropical", 1996).
Bem, dos últimos seis discos que comprei, cinco são "primeira vez"; estou ampliando os meus conhecimentos. Do Lulu ainda não posso dizer nada; tratando-se de canções para mim novas, tenho algum tempo para poder exprimir um juízo. Um ótimo juízo leva o disco do César Camargo Mariano: um dos melhores discos instrumentais que tenho. Mais tem uma linda interpretação de uma das melhores canções brasileiras que conheço, "Tristeza de nós dois" do Bebeto-Maurício Einhorn-Durval Ferreira.

O Nêodo, como boa parte das pessoas brasileiras, conhece autores e interpretes italianos dos anos 60. No final dos anos 60 nasceram musicalmente pra estourar nos anos 70 alguns famosos cantores-compositores como Lucio Battisti, Claudio Baglioni e Antonello Venditti, os últimos dois ainda fazendo muito sucesso enquanto o Battisti morreu poucos anos atrás depois de "desaparecer fisicamente" como fez a maior das cantoras italianas, Mina, que recomeça a aparecer só agora em vídeos mesmo sempre fazendo sucesso. Mas muitos sucessos dos anos 60 e 70 são importados: do Brasil vieram as canções de Adoniran Barbosa, Chico Buarque, Toquinho e Vinícius de Moraes e Roberto Carlos. Mas não houve um movimento nacional na música italiana. Os grupos internacionais que você citou estouraram também por aquí.
Quando comecei a me interessar pela música brasileira dois fatos me fizeram prestar atenção. Um era a grande quantidade de músicas instrumentais e o outro a riqueza da história da música com grandes movimentos nacionais que na Itália não haviam. Escutando uma música se pode dizer "é brasileira" enquanto é difícil dizer "é italiana".

Estou vendo que aprendo muitas coisas neste Blog: eu não sabia que existia esta forma de comunicar e quando a conheci não tinha muita confiança nele. Felizmente errei, mas só porquê neste Blog há pessoas como o Nêodo e o Marcílio que escrevam coisas muitos interessantes mesmo quando falam do dia-a-dia. Muito obrigado de todo coração! Quando faço erros gramaticais e formais, gostaria que estes professores pudessem me corrigir, pelo menos os erros mais grandes, senão deveria existir um Blog só de correções!!

Até logo,
Alessandro.

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