dupla nacionalidade

A maioria dos brasileiros descendentes de italianos que conheço requereu a dupla nacionalidade para si e para os filhos, aproveitando uma brecha na legislação da Itália.
Enquanto uns vão, outros vem. Um casal francês fez um plano e o segue à risca há vários anos: passa seis meses em Floripa e a outra metade do ano em Nice, cidade balneária do Mediterrâneo, na costa francesa. Minha mulher e eu os encontramos em Jurerê Internacional, mais precisamente numa passarela de 250 m. chamada Atuns que liga a Avenida dos Búzios à praia. Eles haviam interrompido a caminhada para examinar uma vala que drenava a água que cobria a passarela em pleno dia de sol. De onde vem, de onde não vem essa água? Foi assim que nos conhecemos. A água saia, descobrimos sem muito esforço, de uma construção próxima onde um motor estacionário esgotava um poço. O proprietário decidira fazer uma garagem subterrânea, abaixo do nivel do lençol freático, fórmula aceita de driblar a rigorosa legislação que fixa o número máximo de pavimentos permitidos para as casas do bairro. O casal aparentava estar na faixa etária dos sessenta. Ele, bastante falante, levou-me a pensar que fosse de um país vizinho. Tem um português fluente mas com algum sotaque.
-- Somos da França, corrigiu-me.
-- Mas o seu português está muito bom, falei.
-- É que eu sou brasileiro,respondeu.
-- Você nasceu aqui? perguntei.
-- Tenho que caprichar por que sou naturalizado, respondeu sorrindo.

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