Pablo Tornielli analisa Borges
Pablo Tornielli, no artigo intitulado ALGUNOS MOTIVOS ÁRABES E ISLÁMICOS EN LA OBRA DE BORGES , datado de Buenos Aires, outubro de 2001, refere-se à geografia e à linguagem criadas por Borges como algo tão poderoso "(...) al punto de haberse editado diccionarios borgianos que someten su exuberante código de símbolos a la ingenua clasificación alfabética." tendo criado "(...) una impresionante galería de imágenes con gran poder de sugerir significados."
Seria ótimo se Tornielli fosse mais preciso nessa citação, dando-nos uma pista para localizarmos essas obras, pois a única informação que possuo sobre "classificação alfabética" é o comentário de Michel Foucault sobre um texto de Borges remetendo a uma misteriosa "enciclopédia chinesa" (vide o Prefácio de As palavras e as coisas. Uma arqueologia das ciências humanas.Livraria Martins Fontes Editora, 1987 (4a. Edição) Titulo original: Les mots e les choses.Une archéologie des sciences humaines. Gallimard. Paris, 1966), sem dizer que Borges é esse sem fazer também qualquer citação bibliográfica. Coisa perfeitamente desculpável no sábio francês... Como Foucault inicia o Prefácio dizendo "Este livro nasceu de um texto de Borges." imagina-se logo que esse Borges só pode ser o poeta argentino. Foucault ficara impressionado com o mundo borgiano, especialmente com esse texto que "(...) fez-me rir durante muito tempo, não sem um mal-estar evidente e difícil de vencer." (idem, p.7) , onde identificava "(...) um pensamento sem espaço, a palavras e categorias sem tempo nem lugar mas que, em essência, repousam sobre um espaço solene, todo sobrecarregado de figuras complexas, de caminhos emaranhados, de locais estranhos, de secretas passagens e imprevistas comunicações; haveria assim, na outra extremidade da terra que habitamos, uma cultura voltada inteiramente à ordenação da extensão, mas que não distribuiria a proliferação dos seres em nenhum dos espaços onde nos é possível nomear, falar, pensar." (idem p.9)

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