Borges aprende árabe no fim da vida
Pouco antes de morrer, Jorge Luis Borges começou a aprender o idioma árabe. A decisão de estudar a lingua semita, ouvindo de um professor egípcio trechos do Corão e a pronúncia de palavras usadas em seus inúmeros contos, que nos remetem à Andaluzia islamizada, lembra-me a notícia, lida em algum lugar, de que certa vez, estando na cidade do México, o poeta resolveu visitar o sítio arqueológico de Palenque, enfrentando uma longa viagem até às selvas do golfo, sentando-se a meditar por algumas horas num muro de pedra das ruinas da cidade, cujos vestígios os seus olhos não lhe permitiam ver, e regressar, em seguida, pelo mesmo caminho à capital do país asteca, onde a região dos antigos maias, que inspirou o antropólogo Robert Redfield a montar sua teoria do "continuum rural-urbano", é jocosamente chamada de "república yucateca".
O que levou o poeta, octagenário e cego, a tomar aulas de árabe no fim da vida? Isto é o que nos conta Pablo Tornielli no artigo intitulado ALGUNOS MOTIVOS ÁRABES E ISLÁMICOS EN LA OBRA DE BORGES , datado de Buenos Aies, outubro de 2001.

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