Ciao Nêodo e todos os leitores,
Hoje quero contar pra vocês como foi o meu encontro com o Brasil: já escrevi alguma coisa na biografia que o Nêodo tem no site da FEB mas não lembro bem e no momento não posso acessar ao mesmo (penso pelos problemas da greve na UFSC, né Nêodo?).
Não sei se a minha vida seria melhor ou pior sem este encontro com o Brasil, mas Deus ou quem por Ele quis assim então...
Era na primavera ou começo de verão (não lembro bem mas estávamos, na Itália, entre maio e julho) do ano 1980. Estava vendo na TV um desenho animado japonês (Astro Robot, coisas da fim da década de setenta) mas estava um pouco cansado disso e mudei de canal até quando vi um jogo de futebol. Estava numa pequena TV local: não era o jogo completo mas um compacto de cerca de 50 minutos. O estádio tinha cadeiras azuis, um time estava de camisa vermelha e o outro branca com faixa diagonal preta. No Maracanã estavam se enfrentando América e Vasco Da Gama. O jogo acabou 3x1 pelo Vasco (0x1 final do primeiro tempo). Era a primeira vez que vi futebol brasileiro, do qual mal conhecia Pelé e o nome de um time: o Santos. Gostei e procurei outros jogos que, mesmo se eram comentados por um italiano (hoje na TV pública da RAI), eram comentados à "brasileira" (gooooooooooool).
Foi o segundo jogo que me "abriu" as portas da Terra Brasilis. O estádio era o mesmo mas tinham outros dois times; um vestindo uma camisa listada em horizontal vermelho e preto e o outro listada em vertical branco e preto. Pela maior presença de público percebi que era um jogo importante e resolvi torcer pelo time rubro-negro por um simples fato. Na Itália sou torcedor da Inter de Milão (preto e azul) que tem os seus maiores rivais no Milan (rubro-negro) e na Juventus de Turim (alvinegro). Bem, como o meu maior desafeto no futebol é pela Juventus, resolvi torcer contra o time com a mesma camisa. Assim no jogo Flamengo x Botafogo o time da Gávea tinha um torcedor a mais (mesmo longe tanto no espaço, tanto no tempo porquê na verdade aquele jogo poderia ser de alguns anos antes!!). Bom, o primeiro tempo acabou em 0x0 com um gol anulado ao Fla, se não me engano do Tijão. Foi no segundo que aconteceu o fato que realmente mudou a minha vida. Depois de uma bela ação o jogador do Fla n.10 ficou sozinho na entrada da área. Não chutou forte, não passou a bola ao companheiro quase de lado nem driblou o goleiro: aplicou um lençol (se diz assim?) ao goleiro com a bola que rolou muito lentamente no gol: nesse instante o jogador, chamado Zico, o time, chamado Flamengo, o estádio, chamado Maracanã, a cidade, chamada Rio de Janeiro e a nação, chamada Brasil, entraram no meu coração. O jogo acabou 1x0 e o gol está também no filme que se chama, se não me engano, "Flamengo, o gigante do Futebol". O futebol foi só o começo deste amor (tenho simpatia também pelo Bota, por estar presente naquele jogo) que estourou com a música, mas esta já é uma outra história. Comecei a escrever os nomes dos times num caderno com as cidades (que na verdade eram os Estados) e tudo rolou até hoje. Mais uma história de futebol. Escrevi, no 1985 ou 1986, à C.B.F. pedindo os endereço de alguns times brasileiros: bem, a Confederação me respondeu!! Então escrevi a vários clubes, não lembro quais, pedindo lembranças. Só um me respondeu e ficou pra ser o meu "segundo time" (uma vez Flamengo...): este time foi o Grêmio. Então, no Brasil torço por um time rubro-negro e tenho muita simpatia por um que tem como maior rival um time que se chama Inter....... Brincadeiras da vida!
Bom, contei tudo isso pra fazer ver como também uma coisa ridícula, um gol, pode mudar uma vida; sim, porquê não sei se a minha vida poderia ser melhor ou pior sem isso: só sei que mudou.
Pedindo desculpas pelo enorme espaço que roubei ao amigo Nêodo, vou me despedir com um grande CIAO a todos.

Alessandro.

P.S. : não consigo ver os "posting" (não tem uma palavra portuguesa?) no blog do Jean: vejo todo o resto mas não os posting.
Tem alguns problemas no site ou é um problema meu?

Alessandro.

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