No esporte italiano a única unanimidade nacional não é a seleção de futebol, mas a chamada "Nazionale Rossa" (Seleção Vermelha) que tem o nome Ferrari. Todos os meninos crescem com o mito da "Scuderia Ferrari" e os seus torcedores são mais loucos que do torcedores de futebol.
Assim eu não fugi desta regra. Com o nome Ferrari dentro da boca, espalhava a minha felicidade pelas vitórias da "Rossa" e tristeza pelas derrotas até quando....Até quando, se não me engano no ano de 1983, aconteceu uma coisa que fez mudar o meu ser ferrarista. Era o Gp de Imola: quem mandava na corrida era o piloto italiano Riccardo Patrese, companhero de time do Nelson Piquet, com a Brabham. Em segundo lugar estava um piloto do que não lembro o nome; só sei que era da Ferrari e não era italiano. À altura das curvas chamadas de "acque minerali", o Patrese perdeu o controle do carro e bateu muito forte no muro, debaixo dos torcedores. Estes mesmos torcedores ITALIANOS começaram a aplaudir e cantar a todo vapor porquê agora quem mandava na corrida era um ferrarista, não importando-se da saúde do piloto ITALIANO!!
Fiquei impressionado por isso e mudei minha idéia sobre a Ferrari.
Hoje, mais do que nunca, sou orgulhoso de não ser um torcedor da Ferrari: hoje, mais uma vez, mataram o esporte.

Alessandro.

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