Tinhorão e Wisnik.. continuação..

Se, por um lado Tinhorão defende a autêntica música de raiz, bradando contra a "macaqueção" mímica da cópia de um padrão cultural alienígena (leia-se norte--americano) de uma suposta invasão cultural através da música, Wisnik defende a existência, e o nascimento, de alguma coisa híbrida, nova, e de maior fine4za que o anterior, não negando a tradiçaõ musical, mas renovando-a...

diz ele: "Para mim, no entanto, as grandes referências musicais da vida são justamente a bossa nova e o tropicalismo, quer dizer, aqueles movimentos que se deram na música popular urbana da década de 60 e contra os quais o Tinhorão sempre se bateu. Acho que esses movimentos eram constatações conscientes e intuitivas do processo de mundialização da cultura, que não só se ‘exponenciava’ naquele momento como remetia a certos traços formativos da cultura brasileira, cujas singularidades saíam enriquecidas do processo.
O Brasil foi gerado no processo de mundialização que se iniciava nos séculos XV e XVI, com o avanço das navegações e com o fomento do comércio internacional. Combinação complexa de escravismo e inserção periférica no trânsito e nas transações comerciais que engendraram o mundo moderno, englobando desigualmente o Ocidente, o Oriente, a América e a África, e laboratório sincrético de experiências humanas originais, as culturas brasileiras surgem das misturas, das diferenças, das apropriações, e não da pureza de uma identidade inicial."

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