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Rigoberta Menchú quer julgar EUA por crimes de guerra


A prêmio Nobel da Paz guatemalteca Rigoberta Menchú propôs ontem que se crie um tribunal especial para julgar os crimes de guerra da coalisão EUA/Grã-Bretanha na atual invasão ao Iraque, que qualificou de "agressão sangrenta".

"Eu acredito que é preciso acusar os Estados Unidos para que sejam julgados como criminosos de guerra, como criminosos contra a humanidade; por isso estamos convocando a marcha mundial para o próximo 12 de abril: para demonstrar o repúdio de milhões de pessoas face à dor do povo iraquiano", disse em entrevista a ativista indígena que recebeu o Nobel em 1992 pela luta que trava em defesa do povo pobre de seu país.

Rigoberta afirmou, porém, que não perde a esperança de que a Corte de Haia e outros tribunais possam se encarregar do caso. Já que houve um tribunal para os crimes de Ruanda e outro para a ex-Iugoslávia, "por que não pensar em um que possa julgar os crimes que estão sendo cometidos no Iraque?", indagou.

"Quero fazer aqui um chamamento à comunidade internacional, para que continue a se expressar contra a guerra, para que siga impondo seu veto moral contra a invasão norte-americana no Iraque", disse ela. A líder indígena referiu-se aos ataques indiscriminados contra a população civil iraquiana, ao sofrimento das crianças e mulheres, nessa "chamada guerra, que não passa de uma invasão sangrenta". Lamentou ainda o ataque de um tanque americano ao hotel Palestina, onde se encontram jornalistas, matando dois deles.

Crítica ao papel da ONU


No Palácio Legislativo de San Lázaro, ela também qualificou de "lamentável" o papel que a Organização das Nações Unidas diante da agressão militar ianque-britânica. E pediu que a ONU não sirva para a "lavagem" dos crimes de guerra em território iraquiano.

Rigoberta justificou sua crítica dizendo que, em primeiro lugar, a ONU não condenou a agressão, fazendo com que gente fora do eixo, como George W. Bush, queira dominar o mundo por meio de agressões: "Eu já fiz vários apelos às Nações Unidas para que não façam o papel de lavagem face a uma agressão que atenta contra a dignidade de todos os seres humanos", declarou.

A prêmio Nobel defendeu que a ONU reative seu papel e fiscalize, e disse que até o momento não conhece a situação dos prisioneiros de guerra iraquianos, "se têm comida, se são violados em seus direitos humanos, isso ninguém sabe, pois não podemos confiar no que dizem os Estados Unidos", declarou.

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