A 'crise amorosa' do Coronel Felix

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A justificativa do coronel Eduardo Felix para explicar porque não atiraram num sequestrador que se outorgou direito de morte sobre duas mulheres, baseou-se no mito do amor: ' é um garoto de 22 anos de idade, sem > antecedentes criminais e com uma crise amorosa'.
O criminoso, pois sequestro é crime hediondo, motivado por ódio, transforma-se em um garoto enamorado, nas mãos de quem o Coronel entregaria seu filho. O irmão de Nayara, que sabia o que estava em cena, não entrou no cativeiro.
Em cena, o direito de propriedade ultrajado do macho sobre as fêmeas da espécie. A mulher que se recusa a se submeter a essa lei é morta. É mais uma a ingressar numa enorme lista. O Coronel tinha essa lei em mente. > Baseado nela, seu julgamento condenou Eloá `a morte.
Não podemos deixar passar mais esse caso emblemático do pacto dos patriarcas sobre a posse das mulheres. A imprensa foca em quem atirou, como se não se tratasse de machos se defendendo, não importa as consequências para as mulheres.
Tudo foi feito para poupar o criminoso. Até deixar a amiga entrar de novo no cativeiro! E o Serra corroborando a ação da PM. Crime passional não existe!
O crime é a misoginia do sequestrador, dos policiais, do governador e da mídia! As mulheres morrem porque os homens odeiam quando elas são mulheres, elas mesmas, em vez de SUAS namoradas, SUAS esposas, SUAS mães.
Não se trata de amor, trata-se de ódio. Ou isso fica claro ou nunca iremos dar conta da 'violência' contra a mulher.
ana reis

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