O sonho dos PCs acabou?

Indústria brasileira de computadores sofre com o dólar alto e as perspectivas de redução de crédito podem inibir a seqüência do círculo virtuoso de vendas dos últimos anos

Por Camila Fusco PORTAL EXAME

A indústria nacional de eletroeletrônicos quebrou um recorde em 2007. Pela primeira vez, o brasileiro comprou mais computadores do que aparelhos de televisão: 10 milhões de PCs ante 9,5 milhões de TVs. A base de computadores em operação no Brasil chegou a 40 milhões no ano passado, um cenário praticamente impensável para um país que até uma década atrás tinha apenas 7 milhões de máquinas, segundo dados da Fundação Getúlio Vargas. O ciclo virtuoso dos computadores, que teve o ápice em 2007, começou há três anos e foi motivado por uma combinação de fatores: crédito amplo e dólar em queda. O pontapé inicial para a popularização aconteceu em 2005, com a medida provisória 252 - batizada de MP do Bem -, que cortou impostos e reduziu os preços dos computadores em até 9%. Na seqüência, a possibilidade de financiamentos extensos e a queda na cotação do dólar - que determina o preço de cerca de 80% das peças de um computador - tornou os equipamentos mais acessíveis para boa parte dos consumidores do país, inclusive da classe C, praticamente excluída desse mercado até então. Mas os bons ares que incluíram mais brasileiros na era da computação e puxaram alta da indústria de eletrônicos - que cresceu 7,3% e faturou 111,7 bilhões de dólares em 2007 - são incertos para o fim deste ano. E para o início do próximo também. [LEIA MAIS...]

Comentários