O dia 3 de agosto de 1998 foi um marco importante da relação entre a música brasileira e mim: fui assistir ao meu primeiro concerto, que era o do Gilberto Gil. Estava num lugar aberto (agosto na Itália é pleno verão) e não haviam cadeiras. Bom, quero dizer que eu não tenho ídolos na música, como em todos os outros assuntos da vida. Então fui lá (em Viareggio, no litoral da província de Lucca) com a certeza de que eu ia só para ASSISTIR, sem cantar, pular, dançar (também porquê não sei) e todas estas coisas da "meninada".
Grande foi a emoção de ver um dos mais grandes compositores do que eu chamo de "minha música": ele estava alí, a poucos metros de mim. Mal começou o concerto que reparei que eu estava cantando, pulando e dançando (mais ou menos) com ele e o resto do público!! Como é difícil que eu faça uma coisa "por acaso", estudei o jeito de pedir bis: Mais um, mais um..... Bem, fim do concerto e uma brasileira, que pensava que eu fosse brasileiro também, me pediu: "Porquê parou?". Eu não sabia, o descobri aquela noite, da frase "porquê parou, parou porquê". Então com a cara mais tranquila do mundo respondi: "Parou porquê o concerto acabou!". Ela descobriu naquele instante que eu não era brasileiro.
Fim do concerto. Parte do público a fazer fila pra pedir o autógrafo. Eu olhando a fila com um sentido de quase superioridade e pensando que aquilo tudo era coisas de mocidade. Resultado final: eu fiz uma hora de fila também!! Fui o último a receber o autógrafo, com dedicatória, do Gil.
Depois assisti a um outro concerto, o ano passado, da dupla Gilberto Gil & Milton Nascimento: mas esta é uma outra história, mesmo muito semelhante.

Ciao a tutti,
Alessandro.