O ENCONTRO
Oi Nêodo, oi amigos.
No site Papo de bola há uma seção que se chama "O jogo da minha vida". Como eu tenho um jogo que encaminhou a minha vida - rumo ao Brasil - resolvi escrever lá.
Eis assim a descrição do momento que, anos depois, me fez incontrar várias pessoas, entre as quais o mano Nêodo.
Flamengo 1 x 0 Botafogo (Campeonato Carioca 1978)
O jogo da minha vida é esse porque simplesmente me encaminhou para o Brasil. Sou italiano e moro no Brasil desde 2004, mas a minha paixão por este País nasceu numa primavera, quase verão (no hemisfério norte), de 1980. Na época eu nem tinha completado 11 anos e um dia, olhando a TV e trocando de canal, encontrei um jogo de futebol numa pequena emissora da minha região, a Toscana: era um compacto de cerca de 50 minutos de Vasco da Gama x América. Até então eu nada sabia do Brasil, a não ser que a capital era Brasília e, no futebol, só conhecia Pelé e, por conseqüência, o Santos. Gostei do jogo e o dia seguinte assisti a mais um. Era Flamengo x Botafogo, mais dois times desconhecidos pra mim. A peculiaridade dos jogos era que o narrador, que era italiano, gritava no momento do gol (o que não se faz na Itália), coisa que só depois soube que era uma característica brasileira (e não só). E assim ele gritou já no primeiro tempo, só que o gol do Flamengo foi anulado. Aqui não lembro bem, mas o autor do gol acho que era Tião. O primeiro tempo acabou 0 x 0. Foi no segundo que aconteceu o fato que mudou minha vida. O então pra mim desconhecido número dez do Flamengo recebeu a bola, entrou na área e... eis o fato que me fez arregalar os olhos. Ele estava em frente ao goleiro: poderia chutar forte no cantinho, poderia driblá-lo, poderia até passar a bola a companheiros que estavam chegando no meio da área. Mas ele simplesmente cobriu o goleiro com um lençol com a bola que muito devagarinho entrou na goleira à direita da tela da TV. Também o narrador se surpreendeu com tamanha habilidade. Eu, menino, fiquei simplesmente parado de pé em frente da TV não acreditando no que acabava de ver. Apareceu o nome do jogador: ainda bem que era curto e fácil de lembrar. Zico. Assisti ao resto do jogo torcendo por aquele jogador, por aquele time. Estavam abertas as portas para uma paixão: o Brasil. O jogo terminou 1 x 0 e, a partir daquele momento, nunca mais quis perder jogos daquela terra tão longe. Jogos que, às vezes, foram disputados anos antes de eu ver e reprisados com atraso na Itália (mas isso só depois descobri). O futebol foi a minha primeira paixão: depois, a partir de 1984, descobri a música brasileira que aumentou ainda mais este amor. Sucessivamente, tornei-me redator de uma revista italiana que falava – e ainda fala, sendo o maior portal da Europa deste assunto – do Brasil, ajudei a fundar uma associação pela divulgação da cultura brasileira na Itália. E, por meio desta, fui conhecer a pessoa que hoje é minha mulher. E fui morar em Porto Alegre. Toda esta história começou graças a um gol. O significado de “jogo da minha vida” está perfeito por este Flamengo x Botafogo, porque o gol do Zico foi um marco que deu um rumo à minha existência. Entre os vários “dindos virtuais” do meu casamento, o primeiro é certamente o Zico, que, com aquele gol, feito em 1978 e por mim visto em 1980, fez que eu me apaixonasse pelo Brasil. Existe mais “jogo da minha vida” do que este?
Autoria: Alessandro Andreini
Bom, depois o responsável do site achou o gol e o colocou no youtube .
Abraços,
Alê
Oi Nêodo, oi amigos.
No site Papo de bola há uma seção que se chama "O jogo da minha vida". Como eu tenho um jogo que encaminhou a minha vida - rumo ao Brasil - resolvi escrever lá.
Eis assim a descrição do momento que, anos depois, me fez incontrar várias pessoas, entre as quais o mano Nêodo.
Flamengo 1 x 0 Botafogo (Campeonato Carioca 1978)
O jogo da minha vida é esse porque simplesmente me encaminhou para o Brasil. Sou italiano e moro no Brasil desde 2004, mas a minha paixão por este País nasceu numa primavera, quase verão (no hemisfério norte), de 1980. Na época eu nem tinha completado 11 anos e um dia, olhando a TV e trocando de canal, encontrei um jogo de futebol numa pequena emissora da minha região, a Toscana: era um compacto de cerca de 50 minutos de Vasco da Gama x América. Até então eu nada sabia do Brasil, a não ser que a capital era Brasília e, no futebol, só conhecia Pelé e, por conseqüência, o Santos. Gostei do jogo e o dia seguinte assisti a mais um. Era Flamengo x Botafogo, mais dois times desconhecidos pra mim. A peculiaridade dos jogos era que o narrador, que era italiano, gritava no momento do gol (o que não se faz na Itália), coisa que só depois soube que era uma característica brasileira (e não só). E assim ele gritou já no primeiro tempo, só que o gol do Flamengo foi anulado. Aqui não lembro bem, mas o autor do gol acho que era Tião. O primeiro tempo acabou 0 x 0. Foi no segundo que aconteceu o fato que mudou minha vida. O então pra mim desconhecido número dez do Flamengo recebeu a bola, entrou na área e... eis o fato que me fez arregalar os olhos. Ele estava em frente ao goleiro: poderia chutar forte no cantinho, poderia driblá-lo, poderia até passar a bola a companheiros que estavam chegando no meio da área. Mas ele simplesmente cobriu o goleiro com um lençol com a bola que muito devagarinho entrou na goleira à direita da tela da TV. Também o narrador se surpreendeu com tamanha habilidade. Eu, menino, fiquei simplesmente parado de pé em frente da TV não acreditando no que acabava de ver. Apareceu o nome do jogador: ainda bem que era curto e fácil de lembrar. Zico. Assisti ao resto do jogo torcendo por aquele jogador, por aquele time. Estavam abertas as portas para uma paixão: o Brasil. O jogo terminou 1 x 0 e, a partir daquele momento, nunca mais quis perder jogos daquela terra tão longe. Jogos que, às vezes, foram disputados anos antes de eu ver e reprisados com atraso na Itália (mas isso só depois descobri). O futebol foi a minha primeira paixão: depois, a partir de 1984, descobri a música brasileira que aumentou ainda mais este amor. Sucessivamente, tornei-me redator de uma revista italiana que falava – e ainda fala, sendo o maior portal da Europa deste assunto – do Brasil, ajudei a fundar uma associação pela divulgação da cultura brasileira na Itália. E, por meio desta, fui conhecer a pessoa que hoje é minha mulher. E fui morar em Porto Alegre. Toda esta história começou graças a um gol. O significado de “jogo da minha vida” está perfeito por este Flamengo x Botafogo, porque o gol do Zico foi um marco que deu um rumo à minha existência. Entre os vários “dindos virtuais” do meu casamento, o primeiro é certamente o Zico, que, com aquele gol, feito em 1978 e por mim visto em 1980, fez que eu me apaixonasse pelo Brasil. Existe mais “jogo da minha vida” do que este?
Autoria: Alessandro Andreini
Bom, depois o responsável do site achou o gol e o colocou no youtube .
Abraços,
Alê
Comentários
Bração mano....