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ESPECIAL
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ENTREVISTA

SER FELIZ É METABOLIZAR LEGAL
Por André Azevedo

Romeu Guimarães, professor de genética e evolução molecular, expõe suas idéias sobre clone, biodiversidade, vírus, felicidade, imortalidade, ciência e religião em um grande mergulho nos fundamentos da vida.

Diz Romeu Guimarães:

”A gente fica imaginando que na natureza as coisas acontecem com certa regularidade, com certa qualidade. Ficamos impressionados em ver como essa qualidade é defeituosa. Parece que tem um controle de qualidade mal-feito. E um dos números que mais assustam é esse: na espécie humana — que a gente considera uma espécie altamente complexa — o processo reprodutivo tem alto nível de problemas.”

“No momento atual, estamos vivendo uma angústia ao perceber que o mundo está se estragando por causa de tecnologia, devastações e crescimento exagerado. Nós estamos estragando o mundo e nosso futuro está a perigo. E isso está criando um certo tipo de movimento anti-tecnologia, anti-ciência: põem a culpa na ciência por causa da tecnologia. E um dos modos de reagir a isso é reavivar esses conceitos místicos.”

“Mas de vez em quando a gente percebe que algumas culturas, algumas mitologias, algumas religiões têm certas intuições que funcionam, que produzem analogias ou metáforas adequadas. E isso nos leva a repensar: pôxa, de onde vêm essa confluência, ou essa coincidência, ou essa sacada interessante? É difícil saber como vêm essas coisas.”

“E é nesse sentido que a gente responde essas coisas. Há vários modos de morrer, há vários tipos de morte. Morte para a bactéria não está prevista como está prevista para nós homens. Os humanos têm uma previsão de morrer, a gente envelhece. Mas a bactéria não. Ela está sempre crescendo, crescendo e se dividindo, ela não envelhece. Morte, nesse sentido, para ela não existe. “

“Quando há abundância, a célula está crescendo, está desenvolvendo-se bem, está metabolizando legal, está reproduzindo direitinho, essas coisas de célula. Eu acho que ali é mais ou menos como a gente caminhando satisfeito, num passeio, olha pra cá e está feliz, olha pra lá, também, tá de barriga cheia e tal. Acho que a célula pode manifestar essas atividades. Quando falta nutriente ela vai ficando quietinha, vai ficando parada, encosta em um canto...”

”Na natureza o anãozinho e o gigante têm o mesmo valor.”

Leia o entrevista completa:
http://www.novae.inf.br/nomes/romeu_guimaraes.htm

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