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A REALIDADE DE UM SONHO (VI)


ALÊ, O GRINGO

Dia 7 de março - domingo

Estou percorrendo a Linha Vermelha no carro muito bem conduzido por Cla. Já passou mais ou menos a minha primeira hora carioca. No começo, para acreditar onde estava, tinha que ler as placas dos carros, os nomes das ruas e dos lugares. Lembro a casa do Nêodo, os bichinhos que pareciam já me conhecer: o rádio do meu quarto que toca conções de Mpb, o calor intenso ainda mais intenso se pensar que eu deixei Milão com quatro graus negativos. Lembro o Nêodo que parece muito brincalhão: até hoje, seja no mundo virtual que no real, nunca conheci um brasiliero que gosta de brincar, que gosta de “sacanear com gentileza”…parecendo um toscano! Pode ser que ele seja menos susceptível dos brasileiros que até hoje conheci? O meu jeito toscano de ser, eu tive que deixar em Pescia: acho que aquí não seria comprendido, acho que seria tomado por falta de respeito. Já vi brasileiros e italianos (não toscanos) que se desentenderam por coisas assim…Ao contrário, o Nêodo parece mais…mais..não sei como dizer: amigão pode ser a palavra certa? E, com certeza, acho que o Nêodo me sacaneou muito nos meus primeiros momentos brasileiros: e gostei muito! Seja claro: não é que gosto de ser sacaneado, mas ver o Nêodo assim fez que eu alí me sinta ainda mais em família.
E não posso esquecer as caras dos amigos quando Alessandro David Andreini se apresenta a eles para fazer a primeira visita à cidade.
“Senhoras e Senhores: eis aquí Alessandro, se apresentando com seus bermudas e a sua camisa com linhas orizontais cor de laranja, azul…..Senhoras e Senhores: eis aquí o Alê, o gringo perfeito!”.
Se a Cla quase desmaia pela horrível visão, o Nêodo logo me empurra no meu quarto escolhendo pra mim uma simples camisa branca e jeans.
Assim estou vestido no momento da minha primeira comida. Como muito pouco, assim tem que ser nos meus primeiros dias: tenho que me cuidar. A viajem, a diferença de temperatura, a diferença de comida…não quero passar duas semanas com dores de estômago.
Assim estou vestido percorrendo a Linha Vermelha rumo ao Pão de Açúcar, primeira etapa da minha visita: também isso, coisa de gringo!

A CIDADE

Os postes cheios de fios elétricos são as coisas que mais me atingem: assim lembro da capa do Cd ao vivo do Chico Buarque, com os fios como destaques. Aos poucos reparo onde eu estou…Rio vem aí: falo do Rio que os gringos conhecem das fotos. De um lado o Pão de Açúcar, do outro o Corcovado, aos lados as infelizmente famosas favelas: Rio não é uma cidade, são mil cidades. Mal acaba uma cidade que começa outra que começa outra que começa outra…mas é sempre a mesma. Assim vejo passar a paisagem ao meu redor: vejo e penso, penso e vejo. Uma construção com uma cruz de malta passa diante dos meus olhos: uma cruz de malta? O São Januário, o São Januário, o estádio do Vasco!! Do outro lado o estádio, se assim se pode chamar, do São Cristóvão, famoso pela razão que foi onde o Ronaldo deu os primeiros passos para conquistar o mundo. Sim, com certeza estou no Rio de Janeiro! E por falar em estádios, a Cla quer me ver feliz e passa ao lado da construção com a qual o meu amor pelo Brasil nasceu: com as suas cores celeste e branca, à minha esquerda se eleva o “Jornalista Mário Filho”, mais conhecido como Maracanã.

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